sexta-feira, 29 de outubro de 2010

As drogas que eles inventam...

Na sua recentemente lançada auto-biografia, Keith Richards (guitarrista dos Rolling Stones), além de confirmar que snifou as cinzas do pai misturadas com cocaína, confirma também que deixou entrar polícias na sua casa por achar que eram "anões azuis de capacete", quando estava a viajar no LSD. 

Confesso que tudo isto me deixa um pouco intrigado. Quer dizer, isto de snifar as cinzas do pai nem tanto. É como se estivesse a aspirar as cinzas de um cigarro pelo nariz, mas suponho que ninguém vá fumar o próprio pai, nem mesmo injectar a mãe ou meter uma pastilha de avó.

Já a questão dos polícias deixa-me mais inquieto. É que, sendo como descreve o Keith, há uma enormidade de vezes que devo andar a curtir LSD sem saber. Como se não bastasse ver anões azuis de boina (versão light do capacete), estes ainda são gordos e usam bigode - a minha trip é mais elaborada. Estou preocupado...visto que não dou nos alucinogénicos propositadamente, só pode querer dizer que alguém me anda a drogar cada vez que ando pelas ruas de Lisboa.

Bem me parecia que aquilo não eram polícias a sério. Tenho de trocar de amigos porque estes põe-me sob o efeito de estupefacientes às escondidas.



quinta-feira, 28 de outubro de 2010

No recreio.

O falhanço das negociações do OE entre o Governo e o PSD podem custar 133 milhões de € em juros exigidos a Portugal. Nem a Paris Hilton faz birras tão caras.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Prostituição iluminada


Numa cidade de Espanha, mais concretamente em Els Alamus, na Catalunha, foi decretada a obrigatoriedade de as prostitutas usarem coletes reflectores enquanto estão a procurar clientes pelas estradas.
Creio que facilmente as prostitutas acatarão esta medida, visto que a coima aplicada sobre a infracção de não usar colete é de 40 euros. E assim sendo, se por exemplo, ao fim de duas horas de trabalho fossem multadas, é como se estivessem estado a trabalhar para aquecer…literalmente.

Por outro lado, além da questão da segurança rodoviária e dada a crise que atravessamos, esta medida parece-me bastante pertinente nos dias que correm. Com o uso dos coletes reflectores passará a ser possível reduzir os custos de iluminação nas fachadas dos bordéis e cortar no consumo de néon. Sugiro que a próxima medida a tomar seja a obrigatoriedade do uso de tendas Quechua para a prática da “prostituição rodoviária”. Poupa-se o dinheiro gasto em quartos de motel e ainda se poupa em tempo, visto que a tenda se monta em 2 segundos.

No entanto, estas senhoras de cama incerta têm de avaliar bem a balança económica da sua actividade. Evidentemente, uma multa é uma falha orçamental considerável mas há outro factor a ter em conta - a atracção despertada no cliente. Ora, uma prostituta de berma de estrada não é atraente, se fosse, seria uma acompanhante de luxo ou melhor, casaria com um velho extremamente rico e deixaria a prostituição. Quer dizer, não deixaria, passava era a ter apenas um cliente. Seja como for, se por si só este tipo de profissionais do sexo não é atraente, provavelmente compensa mais pagar a multa do que perder uma série de clientes por ser confundida com um ciclista nocturno. Ou então ganhava novos clientes, já nem sei.


terça-feira, 26 de outubro de 2010

Pequenos pormenores


Nos milhões de pormenores que nos rodeiam na vida quotidiana, há uns particularmente parvos.

Por exemplo, pôr as mãos nos bolsos e deixar o polegar de fora. Sinceramente, não entendo – e não me venham dizer que dá estilo, tipo cowboy, porque não dá. O que me dá mesmo impressão é que esta tomada de posição perante o polegar é uma clara discriminação: “Ah, este é gordo e anão, pode ficar ao frio!”. Não se faz. Tem tanto direito ao calor e segurança do bolso quanto os outros.

Octogenários com pressa…este é outro caso. Sou apologista do “aproveitar a vida” e concordo que um pouco de adrenalina nos faz sentir vivos, mas será mesmo necessário atravessar a rotunda do Marquês de Pombal com o semáforo vermelho? Pior ainda, quando se atravessa a estrada a dar passinhos de bebé – o que não deixa de ser irónico. Se estes senhores querem adrenalina, experimentem ir para a Loja do Cidadão dos Restauradores, também acelera o batimento cardíaco mas sempre é menor o risco de partir a bacia.

De todo o pormenor fértil em idiotice, há um que me corrói as entranhas sempre que sou presenteado com tão execrável acto. O que é? É a mania que algumas pessoas têm de dizer tudo com diminutivos – mas pior, não só dizem tudo em diminutivos como ainda têm o desplante de usar na mesma frase as terminações “inho” e “ito”. Ora, chego bem disposto a um café e peço “Quero um pão com manteiga e um café, se faz favor”. Respondem-me com uma voz fininha e um sorriso forçado enquanto dizem “Aqui está o seu cafezinho e o pãozinho com manteiguita! Quer mais alguma coisinha? Olhe que temos aqui um óptimo suminho de laranjita!” – que insuportável! É que nem nos livros da Anita se fala assim! É nestas alturas que devia aparecer uma mão gigante a desferir um par de galhetas no energúmeno que fala assim.

Estes tipos de vivências do dia-a-dia são altamente desgastantes para quem tem o infortúnio de as presenciar. Mas deixo o desafio, experimentem atravessar seis faixas de rodagem à hora de ponta, com as mãos nos bolsos e o polegar de fora, e a gritar “Cuidadinho! Não quero ficar aleijadito!”. É uma sugestão.


sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Isso do coleccionismo, ou lá o que é.


 É natural que vocês não saibam, eu próprio acabei de aprender, que os coleccionadores de BD são conhecidos como BDéfilos. Sim, já sei que parece o nome de uma atrofia muscular ou de um parasita que nos corrói o cérebro, mas não, é mesmo o nome dado aos amantes dos heróis dos livros aos quadradinhos. E atenção, não confundir com os BiDéfilos, que são as pessoas que coleccionam bidés.

Por outro lado, BDéfilo parece um insulto. Já estou a ver os putos na escola – “É pá, oh seu banana!” – “Qu’é que tu queres meu BDéfilo?”. Este som “déf” soa-me bastante pejorativo, mas isto sou eu que não sou amante de criaturas com super-poderes. Além disso, esta fixação por super-heróis, geralmente do sexo masculino, bastante musculados e com uma tanguinha à Tarzan Taborda, traz-me sempre à ideia uma infância reveladora de pai ausente ou mesmo um piquinho a azedo.

“E tu pá, tens algum hobby?”
“Ah sim, faço colecção de miniaturas de carros!”
“Mas agora a sério, tens algum hobby?”

Seja como for, isto do coleccionismo não tem muito que se lhe diga. Podem dizer que é preciso muito amor e dedicação mas, como hobby, é muito fraquinho. Há pessoas que precisam de actividade física, há os que preferem exercitar a mente e há os que…coleccionam. Que boring.




 

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Biqueiradas no português

Vocêses hadem reparar que fala-se cada vez pior português.

Não à o mínimo cuidado no uso da nossa língua-mãe, e o mais grave é que isto estende-se a toda a sociedade, incluindo a comunicação social. Por exemplo, à poucos dias quando estava a fazer o comer p’ra ir comer (acho que tava a fritar uma hamburga), tava também a ver a Judite de Sousa naquela cena, a Ganda Entrevista. E não é que aquilo era “intochicação” para um lado “intochicação” para o outro?! E penso eu: “É pá oh Judite, já te ouvistes bem a falar? Tu és profissional pá! Não podes falar assim!”.
E prontos, é um exemplo! Até dava-vos outro se não faltá-se-me tempo.

Correio da Manhã


É certo e sabido, o Correio da Manhã é o jornal mais vendido em Portugal.
Ora, parece-me óbvio que venda mais uma capa a exclamar a gravidez da Bárbara Guimarães do que uma que foque as divergências dos partidos sobre o Orçamento de Estado. Com o cinto mais ou menos apertado, o povo sobrevive. Já a Bárbara Guimarães vir a ter descendência é bastante mais sofrível e os portugueses querem estar preparados.

Por mais que conheçamos o Correio da Manhã e o seu estilo acutilante e pertinente, há sempre espaço para mais surpresas. É sempre possível descobrirmos títulos de notícias como “Morreu Jaime Ovelhas, o violador de animais” ou “Senhor amputado devido a acidente de viação chama-se António Belo Couto”.

Indubitavelmente, o Correio da Manhã não se deixa adormecer e vai acompanhando a evolução das novas tecnologias. Navegando pelo seu site podemos encontrar uma aplicação incrível, de seu nome “Mortes Violentas”. Esta aplicação extraordinariamente útil é, no fundo, uma base de dados de todos os homicídios ocorridos em Portugal nos últimos anos. É possível pesquisar por data, região ou idade. Se isto não é jornalismo de investigação a sério, então não sei o que será. Quer dizer…de repente fiquei confuso. Pode ser jornalismo de investigação sim, mas também pode ser jornalismo desportivo – visto que parece tratar-se de caça ao coelho.

Seja como for, parece-me óptima esta ideia de enfatizar os detalhes dos crimes visto que – e isto é senso comum – é raríssimo o homicida que procura protagonismo.

Esta aplicação assemelha-se macabramente a uma colecção de cromos da Panini – edição super-assassino – ou então sou eu que sou sensivelmente idiota.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

A sério Isabel?

Folheando esses intrépidos jornais nacionais, dei com a seguinte frase “Aceitei o meu corpo tal como é”. Podíamos ser levados a pensar que a autora de tal declaração seria o Malato, a Odete Santos ou a Lili Caneças – ah não, esta não podíamos – mas não, nenhuma destas senhoras proferiu tal coisa. Foi sim…a Isabel Figueira.

Hmm…a sério Isabel? De certeza que lidas bem com isso? Sinceramente, acho que isto é fazer pouco dos outros. Isto era como se o Cristiano Ronaldo dissesse “É pá, vou ter de me contentar com os pés que tenho”.