quarta-feira, 9 de outubro de 2013

A loucura das corridas temáticas

Anda tudo louco com as corridas temáticas. Calma, pessoal.

- Queres ir correr Domingo de manhã?
- Hmm, não vai dar. Optei por ser obeso e vou comer uma lasanha ao pequeno-almoço nesse dia.
- Mas nesta corrida levas com bué tinta na tromba e chegas ao fim mais colorido que a bandeira do orgulho gay.
- Ah, então ‘bora. Já podias ter dito! Até porque acho que essas cores me favorecem.

Qualquer desculpa serve, desde que não seja só correr pelo exercício em si.
Se tiverem que correr 10 segundos para apanhar o autocarro, insultam o Governo, a rede de transportes, a velha que conseguiu lá chegar antes e a vida no geral. Se for para correr 5km a levar com tinta na tromba já é muito lindo porque há miúdas com pernas morenas à mostra. E já se sabe que miúdas destas não andam de autocarro. As que andam é porque alguém as enfiou lá às 7h da manhã e vomitam para o banco do lado porque acabaram de sair do Urban ou do Main.

Tem havido corridas para todos os gostos: Color Run, Night Run, Electric Run, Music Run ou até a “run for your life” se estivermos a passar na Damaia ou no Seixal.

Não é que ache mal que o pessoal faça exercício, antes pelo contrário, mas parece que só correm se for um evento social que proporcione fotos no Instagram para mostrar que somos muito saudáveis e onde ainda se saque alguns brindes.
Uma boa aposta seria uma corrida ali na Marginal, patrocinada pela Caras, onde haveria empregados com bandejas de croquetes e flutes de champanhe. Era ver as tiazorras todas da Linha a correr que nem umas loucas para aparecer nas fotografias a fingir que são famosas por alguma coisa de jeito que realmente nunca fizeram na vida.

Há, de facto, corridas temáticas que até parecem giras, mas se eu quiser mesmo levar com tinta enquanto corro, basta levar uns chocos e espremê-los para cima de mim a cada passada.

Fico com a ideia que o pessoal que só vai a corridas temáticas é aquele pessoal que, sempre que vê algum corredor a sério a correr pela cidade, vai sempre gritar “Run Forrest, run!”, enquanto bebe mais uma imperial na esplanada. (Ok, isto é ridículo e eu só me lembrei porque já fiz esta estupidez, mesmo nunca tendo ido a uma corrida essas).


Seja como for, fazem bem em correr nem que seja uma vez por ano. Nunca se sabe quando é o cirurgião plástico da Moura Guedes vos aparece à frente a dizer que vos quer operar e vocês têm de correr pela vida.


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