segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Uma Aventura no Supermercado


Toda a gente se lembra da famosa colecção “Uma Aventura”, da Ana Maria Magalhães e da Isabel Alçada (a própria que se meteu na bela aventura do Ministério da Educação). Uma destas aventuras passa-se no supermercado, onde os protagonistas descobrem diamantes nos tubos de pasta de dentes, certo? Pois, mas não me aconteceu nada disso. Claro que não, até porque para isso acontecer não poderia ter ido ao supermercado sozinho. Tinha que levar um amigo que gostasse de “andar à porrada” por tudo e por nada, um com a mania que é espertalhão, umas gémeas palermas e eu podia ser o outro, aquele que só existia para ser dono do cão.

De qualquer forma, uma ida ao supermercado pode sempre ser uma aventura carregada de adrenalina, mesmo não envolvendo diamantes ou grupos de amigos multifuncionais.

Vou frequentemente ao Pingo Doce ao pé de casa. Lá, tento sempre fazer uma análise do desempenho dos “caixas”. Vejo os que são mais rápidos, que fazem as filas andar a bom ritmo, os que se enganam nos trocos, os que são mesmo nabos (o que é obra para quem só tem de passar códigos de barras num leitor), e por aí fora. Depois desta análise, sempre que me dirijo à caixa escolho o que me dá garantias de pagamento mais rápido, tal qual um treinador que escolhe o seu melhor ponta-de-lança. E foi desta forma que cheguei à conclusão que sou um Carlos Queiroz dos “caixas”. Fico sempre na fila mais lenta e quando é a minha vez de ser atendido e me perguntam “Quer saquinho?”, já só me apetece responder “Não quero porra de saquinho nenhum, não vê que já tenho um na mão e só comprei um pacote de massa?”. Parecendo que não, isto mói.

Mas aventura a sério foi na altura do lançamento da maravilhosa campanha do Pingo Doce que abalou Portugal e perpetuou uma imagem saloia do nosso país. Aí sim, as minhas idas a este supermercado eram uma autêntica prova dos Jogos Sem Fronteiras, tal era a velocidade a que me deslocava entre prateleiras e saltava por cima de velhotas. É que por esta altura, cada loja Pingo Doce debitava o seu jingle publicitário de 2 em 2 minutos, que me fazia querer ir ao Pingo Doce só de Janeiro em Janeiro. Suponho que se o Van Gogh lá passasse teria cortado a outra orelha.

Finalmente, algum génio conseguiu lembrar-se que era agoniante fazer compras sem tampões auriculares e pararam de massacrar clientes. Hoje em dia sou mais feliz a circular no supermercado em questão, e já tolero melhor quando estou a querer pagar, e a senhora da frente, que acabou de descobrir que é vizinha da menina da caixa, está a falar dos melhores autocarros para voltar para casa – “Oh menina, vá de 42 até Chelas e depois muda para o 35!”. Haja paciência.


 








Elvis goes shopping and..........................................so does Chewbacca.

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