Ora, há quem brinque aos pobrezinhos e há quem brinque ao Jorge Palma. Era só isto que o funcionário estava a fazer. Qual é o mal? Até se trabalha melhor.
Pelo menos, na opinião do Tribunal da Relação do Porto que impediu que um empregado de recolha do lixo tenha sido despedido quando se descobriu que estava naquele estado de dizer "gosto muito de ti" a toda a gente.
Analisando as razões alegadas pelo Tribunal para a anulação do despedimento:
- “Note-se que, com álcool, o trabalhador pode esquecer as agruras da vida e empenhar-se muito mais a lançar frigoríficos sobre camiões.". Eu sei que os carros do lixo são verdes, desconhecia é que os funcionários eram todos o Hulk e que pegavam em frigoríficos e os atiravam para cima do camião.
E realmente, devem ser os únicos com agruras na vida. Ser coveiro deve ser de uma alegria constante, ser drogado de certeza que é o sonho de muita gente e ter hepatite é um luxo só ao alcance de alguns.
- "Não há qualquer indício de que o homem estivesse a recolher o lixo aos tombos e aos pontapés aos resíduos, murmurando palavras em língua incompreensível.". Basicamente, desde que não nos comportemos como o Chewbacca nem falemos como a Odete Santos, está tudo bem.
Para acabar, o Tribunal sugere que a empresa "emita uma norma interna fixando o limite de álcool em 0,50 gramas por litro, 'para evitar que os trabalhadores se despeçam todos em caso de tolerância zero'". Concordo. Como o emprego abunda em Portugal, tenho a certeza que o pessoal se despedia logo todo caso fosse implementada a medida escandalosa se não se poder beber álcool em horário laboral.
Portugal, onde a realidade é mais divertida que a ficção.
Alguém me traga um café e um bagaço, por favor.
Foto: Público.
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