Governo propõe mais horas de trabalho e menos de transporte público nocturno. Faz sentido.
Para além da já conhecida medida do alargamento do horário laboral, o Governo estuda agora a hipótese de redução dos transportes públicos nocturnos. Alguns acabam de vez e outros passam a funcionar só até às 21 ou 23 horas.
Claro que estas medidas têm provocado polémica. Mas, aos mais inconformados, devo esclarecer que é tudo uma questão de coerência. Todos temos que fazer sacrifícios. Ora, o Governo reduz o número de motoristas dos seus Mercedes e Volvos e faz o mesmo aos Mercedes e Volvos do povo. Os primeiros são topo de gama, cores escuras e com tecnologia de ponta. Os segundos são grandes, amarelos e com odores peculiares. Mas isso não importa. Importa é que todos contribuem para a redução de despesas com motoristas.
Além disto, para mim, há outra explicação óbvia. O Passos Coelho é muçulmano.
Em muitos países muçulmanos, qualquer rapariga que esteja fora de casa depois de anoitecer é uma galdéria. Se for um homem a vaguear na noite, é porque gosta de galdérias. Ora, seguindo esta lógica de pensamento, isto quer dizer que os transportes nocturnos andam apenas a servir uma faixa da população que presta serviços hedónicos sem passar recibo e a quem não pode tirar os subsídios de férias. O país não está para isso. Se os transportes nocturnos andassem a servir pessoas sérias e trabalhadoras, tudo bem. Agora assim, mais vale pôr apenas a circular umas carrinhas de caixa aberta para recolher os infames que "trabalham" à noite e já estamos a poupar.