domingo, 14 de outubro de 2012

Moda Lisboa...ou a reunião de pseudo fashions que não querem ser anónimos.


Fui à Moda Lisboa por motivos profissionais. Juro que fui coagido a ir. Disseram-me que ou ia, ou era obrigado a ver a Casa dos Segredos durante mais de 15 segundos. Assim como assim, prefiro ir à Moda Lisboa porque, mesmo que beba aqueles copos todos à borla e fique podre de bêbedo, demoro muito mais tempo até vomitar do que a ver a Casa dos Segredos.

É certo que há pessoas que gostam genuinamente de roupa e de moda. Tudo bem, nada contra. Mas mais de metade das pessoas que estão ali gostam tanto de moda como eu gosto de levar pontapés nas costas. "Ai ui, sou tão chique, sou tão bem, sei lá!". Enfim, a fronteira entre o estilo e o patético é muito ténue e muita gente adora passá-la, ou então não dá conta. Há quem leve pequenos cães como adereço (também estes vestidos com umas camisolas palermas), há quem leve palas no olho à Luís de Camões mas com picos (sim, a sério), há pessoas que usam coisas que eu gostava mesmo de vos conseguir descrever mas acho que nem o Eça seria capaz, há quem tenha um pó branco na ponta do nariz mas eu não percebi o que era.

Fiquei com a ideia que estes dias são o momento do ano mais aguardado para muita gente porque finalmente podem usar aquele toldo de praia que compraram para pôr na cabeça, ou aqueles sapatos que são uma mistura entre um petroleiro e uns sapatos ortopédicos.
As bichas ficam mais bichas que nunca e anda para ali tudo histérico. Descobri que o José Castelo-Branco tem uma escolinha de formação, tipo academia de futebol mas para bichas. Vi por lá muitos aprendizes do Zé, uma data de homens de salto alto e mais maquilhados que a Lili Caneças e a Paula Bobone juntas.
Houve alturas em que me senti confuso. Já não sabia se estava na Moda Lisboa ou no Caranaval de Torres Vedras, tal era a quantidade de matrafonas.

É um fenómeno antropológico interessante.Os senhores da National Geographic bem que podiam pegar nisto (deixo aqui a ideia) e fazer um documentário. As danças de acasalamento, os que vão lá beber copos à borla, as figuras públicas que não fazem nada da vida e nem elas próprias sabem porque é que são figuras públicas, e por aí fora. É tudo muito divertido porque dá mesmo para rir. Ou então sou eu que não percebo nada de moda.


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